Federação Espírita Brasileira

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Manifestação do Presidente da FEB Eleito e Empossado durante reunião do Conselho Superior

 

Estimados companheiros membros do Conselho Superior da Federação Espírita Brasileira,

 

Agradecemos profundamente a confiança depositada, em nosso nome e dos companheiros eleitos, para integrar o Conselho Diretor e a Diretoria Executiva da FEB.

Vivemos instantes extremamente significativos e emocionantes e que, por certo, marcarão nossa vida imortal.

Nossa manifestação será desenvolvida em alguns níveis de reflexões.

Nestes dias vieram à tela de nossas recordações muitos fatos relacionados com nossa existência, interrelacionando os ambientes familiar, espírita e profissional.

Com nitidez, lembramos dos momentos delicados que vivemos aos oito anos de idade, face aos episódios medianímicos que se repetiam e que levaram nossa genitora a procurar o apoio e a orientação espírita. Logo depois, criança sisuda e séria, não aceitava a participação nas chamadas aulas de moral cristã para crianças. Caso pitoresco porque até hoje, rimos quando encontramos a evangelizadora da época e nossa atual amiga, quase nonagenária. Precocemente passamos a acompanhar nossa genitora em reuniões mediúnicas e de estudo e nos extasiávamos com os lançamentos dos livros psicográficos de Chico Xavier que ocorriam pela Editora FEB.

Em março de 1964 – exatamente há 49 anos atrás -, atendendo a solicitação de senhora que evangelizava crianças na instituição assistencial fundada por nossa família, em Araçatuba (SP), elaboramos em cartolina alguns mapas bíblicos, e, na seqüência nos pediu para apresentarmos e explicarmos os mesmos para as crianças. Aí começamos o compromisso de trabalho espírita. Menor emancipado, no ano seguinte, passamos a representar a instituição citada junto ao Órgão Municipal da USE-SP. Fundamos e atuamos como dirigente de Mocidade e de Centro Espírita. Em nossa terra natal, ocupamos cargos de direção de Órgãos Municipais e Regionais da USE-SP, e, anos depois atuamos como diretor, vice-presidente e presidente da USE-SP.

Com relação à FEB, lembramos de nossa primeira visita à então sede, na Av.Passos, no Rio de Janeiro, em julho de 1965, e, cinco anos depois a primeira visita ao Cenáculo, prédio pioneiro da FEB em Brasília. Atuamos como articulista da revista Reformador, desde meados dos anos 1970. Proferimos nossa primeira palestra na sede da FEB, no Rio, no ano de 1982, época em que também comparecemos como convidado à reunião do Grupo Ismael. Mantivemos relações cordiais de amizade com os presidentes da FEB, desde Armando de Oliveira Assis.

Passamos a integrar as Reuniões do Conselho Federativo Nacional da FEB no ano de 1986, na representação da USE-SP. No final de 1987, a convite do presidente Francisco Thiesen integramos uma comissão precursora para a preparação do Congresso Espírita Internacional (efetivado em 1989), juntamente com Nestor João Masotti, Altivo Ferreira, Cecília Rocha, Paulo Roberto Pereira da Costa e João Nasser.

A partir daí, sempre com base no CFN, nossa atuação no Movimento Espírita brasileiro e internacional é bem conhecido de todos.

Reiteramos as homenagens que há pouco fizemos a Nestor, ao apresentarmos o Relatório de Atividades do exercício de 2012. Registramos nosso respeito e admiração ao presidente da FEB que nos precedeu e que nos indicou para a Secretaria Geral do CFN e para os cargos de diretor, vice-presidente e de presidente interino.

A um ano para completar o cinqüentenário de atividades espíritas, homenageamos a esposa Célia – companheira de vários esforços nos 41 anos de casamento – e que conhecemos nos tempos de trabalho em nível de Mocidade Espírita.

Na atuação acadêmica, conquistamos todos os graus universitários e ocupamos vários postos na administração central da universidade, inclusive como Reitor Interino. Experiências que nos foram muito valiosas.

Entre as várias viagens ensejadas pela vida, vivemos momentos de muitas lutas, como se escutássemos o tilintar de espadas e experimentássemos o teste do fogo, mas a Iluminação Maior emanada do Divino Pai e Construtor sempre nos manteve de pé e a ordem para novas empreitadas.

Agora chegamos, com muita honra ao compromisso de ser presidente da FEB.

Há nove meses e meio, procuramos pautar a gestão com base em ações que se caracterizam pela participação e decisões colegiadas. Pela primeira vez na história da FEB foi mantido um cronograma de reuniões conjuntas quinzenais de Conselho Diretor e Diretoria Executiva, e, simultaneamente à busca de soluções e encaminhamentos para os graves problemas que se somaram durante o período, procuramos implementar mecanismo de decisões rápidas, e, de agilização das várias atividades, dentro de um ambiente de tranqüilidade, isenção, respeito a imagens de dirigentes e ex-dirigentes da FEB e de união.

O envolvimento claro e consciente de dirigentes da FEB para se procurar equacionar os problemas administrativos e financeiros do Conselho Espírita Internacional também integraram o contexto dos últimos meses.

Ocorreram várias inovações. Estas já vinham sendo implementadas e estimuladas nas reuniões e ações do Conselho Federativo Nacional da FEB, culminando com a aprovação do novo Regimento Interno do CFN e sua implantação no ano de 2012, assegurando uma maior participação desde as bases regionais.

Pretendemos agora valorizar o Conselho Superior da FEB na sua atribuição estatutária de se manifestar e deliberar sobre assuntos de interesse da Federação, sobre Relatórios e atos da administração. Temos clareza que o Conselho Diretor e a Diretoria Executiva da FEB são instâncias predominantemente executoras.

Coerente com esta linha de raciocínio e consciente da extensão dos problemas entendemos que o equacionamento será legítimo e mais seguro se buscarmos o esforço coletivo, o compartilhamento e responsabilização de todos.

Há clamores no Movimento Espírita e demandas reprimidas sobre temas como: a adequação dos processos administrativos aos preceitos legais, éticos e espíritas; as dificuldades para dinamização e a integração do jovem no Centro Espírita; a defasagem de vários programas e métodos de estudo; a aplicabilidade das recomendações de “Orientação ao Centro Espírita”, inclusive para os Centros menores e mais simples; as definições para o apoio e orientação aos centros espíritas – que não têm interesse em cadastros nos órgãos governamentais -, no tocante a ações assistenciais; as definições sobre a oportunidade de instituições espíritas se sujeitarem a normas governamentais da área da assistência e promoção social, considerando-se o risco claramente evidenciado de interferência estatal – e com viés partidário -, na gestão das organizações religiosas, pelo fato delas manterem contato próximo e direto com a comunidade; o estímulo para a implementação em todos os níveis de um trabalho efetivamente respaldado nos princípios de união, unificação e trabalho federativo, com base nas recomendações de “Orientação aos Órgãos de Unificação”; a definição de uma política editorial para a Editora FEB e para a revista Reformador, e, o efetivo ingresso dos livros da FEB na era digital e com downloads com selo de garantia; as definições para uma política global de difusão do Espiritismo.

Algumas destas questões são tão antigas que já ultrapassaram o tão falado tempo de amadurecimento e precisamos rapidamente ingressar no momento de recuperação do tempo e do espaço perdidos.

Face ao exposto, durante a Reunião Ordinária do CFN, para o dia 9 de novembro (sábado) e, já estamos antecipando a informação, estaremos convocando o Conselho Superior, e, para uma reunião conjunta com o CFN, com o objetivo de definirmos o delineamento de Planos de Ação da FEB como um todo, pois ela é uma Federação de abrangência nacional e interagindo com as 27 Entidades Federativas Estaduais, e, é claro, em coerência com o “Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro – 2013/2017”.

Com certeza a Federação Espírita Brasileira aumentará seu grau de confiabilidade e se fortalecerá ao valorizar os membros de seus Órgãos Superiores!

Aproveitamos para informar que nos próximos meses iniciaremos a reforma do prédio da FEB na Av.Passos, que centralizará todas as atividades da Federação naquela cidade, será revitalizado e nossa Sede Histórica passará a ter o destaque que merece. A FEB estará assumindo os prédios – já de sua propriedade – do extinto Instituto de Cultura Espírita de São Paulo e assumirá o acervo do Museu Espírita Espírita de São Paulo e da Editora do Lar da Família Universal, que edita as obras de Canuto Abreu. Ao mesmo tempo estaremos implantando a filial em São Paulo que potencializará a distribuição e a comercialização das obras editadas pela FEB.

Seria desnecessário dizer, mas reafirmamos – como fez Chico Xavier ao seu orientador Emmanuel -, em todos os impasses e fatos novos, mantemos o nosso compromisso com Jesus e com Kardec!

Nossas tarefas imediatas e de primordial importância serão os preparativos para a realização do 4o. Congresso Espírita Brasileiro, simultaneamente de maneira histórica e pioneira em quatro regiões, sediados em Manaus, João Pessoa, Vitória e Campo Grande, incluindo nas comemorações do sesquicentenário de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Esta obra da Codificação, que fundamenta o ensino moral do Mestre e a proposta do Cristo Consolador, de efetiva melhoria dos homens e de preparo para a Nova Era deverá ser o foco de nossa atuação no Movimento Espírita. Como Paulo, na afirmação de Emmanuel, compete à FEB em parceria com todas as Entidades Federativas Estaduais "[...] aclimatar a flor divina do Evangelho sobre o mundo". ( XAVIER, Francisco C. Pelo Espírito Emmanuel. In: Tavares, C. Amor e Sabedoria de Emmanuel. Cap.4.  São Paulo: Ed. Calvário, 1970).

No ano passado, fomos impactados pela assunção da interinidade, e contamos com o apoio e participação decisiva dos companheiros do Conselho Diretor, da Diretoria Executiva e do Conselho Federativo Nacional da FEB.

Ultimamente temos refletido diariamente sobre o peso de nossa responsabilidade para com o Movimento Espírita.

Ao assumirmos a presidência da FEB – o que aos olhos e interpretações humanas – poderia se caracterizar como uma culminância ou coroamento, hoje, temos a certeza, que, ao contrário, se trata de um momento de despojamento: das conquistas e láureas da trajetória acadêmica e até de um certo cerceamento de nossos direitos pessoais, para priorizarmos os interesses coletivos da Instituição e do Movimento Espírita. Temos consciência que estamos no dealbar de uma nova e complexa jornada.

Rogamos ao Cristo e seus Emissários, dirigentes espirituais desta Federação, que nos inspire e guie – juntamente com toda a equipe diretiva da FEB e integrantes de seus Órgãos deliberativos -, fortalecendo os compromissos com a simplicidade, a concórdia, a solidariedade e a união fraterna. Esperamos ser fieis ao Planejamento Espiritual para a FEB!

Ismael! Diariamente, ao adentrarmos este prédio, olhamos o seu frontispício, lemos o lema, e pensamos: Sob este signo – Deus, Cristo e Caridade -, haveremos de vencer espiritualmente!

 

Brasília, 16 de março de 2013.

 

Antonio Cesar Perri de Carvalho

 

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